Lavouras de soja ainda precisam de chuvas para evitar perdas
 
publicado em: 03/01/2023
 

As chuvas registradas na região de Toledo ainda não foram bem distribuídas. Nos primeiros dias deste novo ano, os volumes variaram de zero a 50 mm em áreas localizadas. Ao menos as lavouras que receberam um pouco de chuva conseguiram frear os prejuízos que já são estimados pelos agricultores.

Os sojicultores de Toledo plantaram nesta safra mais de 29 mil alqueires com soja, tendo uma estimativa de produtividade média em 161 sacas por alqueire. Mas o presidente do Sindicato Rural de Toledo, Nelson Gafuri, acredita que a produtividade desta safra de soja 2022/2023 deve cair 30% no município em função da estiagem de dezembro. 

Em determinadas áreas sequer uma gota de chuva caiu nas lavouras que já sofriam com temperatura média de 32 graus no período e picos de até 35 graus. Em outras áreas, o volume pluviométrico do mês inteiro ficou em 40 mm, muito aquém do esperado.

“Nunca é tarde para as chuvas. Nas áreas que estão na fase do enchimento de grãos, a chuva desse começo de ano ainda vai ajudar, assim como naquelas áreas em floração. Só não pode faltar chuva de agora em diante. Lógico, outras áreas que não teve praticamente nada de chuva, aí vai apertar. Eu calculo de 25% a 30% a perda na produtividade”, estima. Em situações mais críticas, porém pontuais, alguns produtores não vão conseguir colher nem 50 sacas por alqueire, o que fica bem abaixo do custo de produção. “Para essas pessoas é uma situação bastante preocupante”, lamenta Gafuri. “Se marcar tudo na ponta da caneta, o custo fica em torno de 70 sacas por alqueire. Quem colher abaixo disso, já ficará devendo”, pondera.

Com todos esses elementos muito ajustados, há necessidade do produtor ficar de prontidão para evitar ainda mais perdas na rentabilidade. “A recomendação é deixar todo o maquinário revisado, como se diz ‘engraxadinho’, porque quando der, tem que colher até para não perder tempo no plantio do milho safrinha”, comenta Gafuri ao lembrar de que na safra passada foi a safrinha que ‘salvou’ o agricultor. “Se, de repente, a soja não vier a contento, o plantio do milho mais cedo pode compensar. Eu vejo que o agricultor não pode desanimar”, incentiva.

Um diferencial nessa safra de soja é que não se teve notícia de ataque de pragas fora do comum nas lavouras, como infestação de percevejo ou de lagarta, assim como de doenças fora do controle. “Esse ano foi bom para a sanidade da soja. Contra a ferrugem, o agricultor fez as aplicações preventivas e conseguiu economizar nos inseticidas. Só a seca que atrapalhou”, analisa.